Alguns historiadores estimam que, no século I, cerca de um terço da população romana vivia como servos. O Novo Testamento também refere que os judeus possuíam servos ou escravos. Uma vez que os servos tinham um papel conhecido na cultura, Jesus incluiu-os como personagens nas Suas próprias parábolas (Mateus 25:14-30; Lucas 12:41-48). Em contraste com a visão cultural, Jesus ensinou que o maiorera o "servo ( doulos ) de todos" (Marcos 9,35).
Em muitos livros do Novo Testamento, a palavra servo foi usada em referência ao compromisso de uma pessoa com Jesus. A maioria das cartas de Paulo começa referindo-se a si mesmo como servo de Cristo Jesus. Tiago e Judas, meio-irmãos de Jesus, referem-se a si mesmos como servos de Cristo. O apóstolo Pedro chamou a si mesmo de "servo e apóstolo" (2 Pedro 1:1).
A importância do facto de estes autores do Novo Testamento se referirem a si próprios como servos não deve ser ignorada. Apesar de proclamarem uma mensagem de libertação do pecado em Jesus Cristo, estes escritores dedicavam-se a Jesus como seu único senhor. Além disso, o seu serviço ao Senhor não era algo que pudessem considerar abandonar. Tal como um servo era mais do que um empregado que podia sair para outro emprego, estesOs cristãos eram servos que nunca podiam deixar o seu senhor por outro.
Esta crença e compreensão do cristão como um servo desempenhou um papel enorme, uma vez que os primeiros cristãos enfrentavam frequentemente perseguições. Pedro, Paulo e Tiago são tradicionalmente registados como tendo morrido pela sua fidelidade a Jesus.
Isto significa que a Bíblia tolerava ou promovia a escravatura? Não necessariamente. Em primeiro lugar, é evidente que o papel de um servo era mais amplo do que a visão da escravatura moderna, o que explica por que razão alguns escritos do Novo Testamento davam instruções sobre "como" tratar os servos em vez de apenas ordenar a sua libertação.
Além disso, a carta mais pessoal de Paulo, a carta a Filémon, oferece a discussão mais direta sobre a escravatura no Novo Testamento. Quando o escravo fugitivo Onésimo se tornou cristão, Paulo enviou esta carta com ele para que regressasse ao seu senhor. Paulo escreveu: "Talvez por isso se tenha separado de ti por algum tempo, para que o possas ter de volta para sempre, não mais como servo, mas mais do que comocomo a um irmão amado, principalmente a mim, e quanto mais a ti, tanto na carne como no Senhor" (Filemom 1:15-16). Ele claramente observou que o servo e seu dono eram irmãos e de igual status diante de Deus. Além disso, Paulo disse a Filemom para "recebê-lo como a mim" (Filemom 1:17). Como se espera que Filemom receba Paulo? Como um companheiro crente, tratado comPaulo sugere indiretamente dar a Onésimo a sua liberdade (versículo 18). A tradição regista que Onésimo se tornou mais tarde um líder da igreja.
O servo era um papel comum no período do Novo Testamento, que ia desde o escravo ao trabalhador forçado. Eram dadas ordens aos cristãos relativamente ao tratamento adequado, sendo recomendada a liberdade sempre que possível (1 Coríntios 7:21). Mais importante ainda, a imagem do servo tornou-se de grande importância para os cristãos, que são chamados a viver como servos de Cristo Jesus.
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