Uma alegoria é uma ferramenta literária que utiliza personagens, lugares e acontecimentos para simbolizar pessoas e ideias. Há muitos livros alegóricos populares no cânone literário, como A Quinta dos Animais e a obra de Jonathan Swift As Viagens de Gulliver Nestes textos, a alegoria cria uma lente crítica para ver as ideias culturais, religiosas e políticas. No entanto, a alegoria nem sempre é crítica e é frequentemente utilizada para exprimir verdades espirituais ou morais numa história. A literatura cristã popular que é guiada pela alegoria inclui o livro de John Bunyan O Progresso do Peregrino e de C. S. Lewis As Crónicas de Nárnia Quando a verdade assume a forma de personagens ou de metáforas alargadas, é frequentemente mais fácil de compreender, o que faz da alegoria uma forma fácil de transmitir princípios bíblicos.

A Bíblia também contém alegorias. A mais frequente é vê-las nas parábolas de Cristo. Por exemplo, na história do filho pródigo (Lucas 15:11-32), não vemos apenas um filho que encontra o seu caminho para casa, mas verdades espirituais sobre a nossa relação com Deus e o Seu coração como Pai. A Parábola do Semeador (Mateus 13:3-9, 18-23) ilustra diferentes respostas à Palavra de Deus, como JesusO objetivo da alegoria é tornar os conceitos espirituais mais compreensíveis.

Há também muitos símbolos alegóricos não literários na Bíblia que são trazidos à vida através da tradição e do ritual. Por exemplo, o ato de sacrificar um animal, como um cordeiro ou uma ovelha, era um prenúncio simbólico de como Jesus seria sacrificado pelos nossos pecados. Jesus é também chamado o "Cordeiro de Deus" (João 1:29, 36). Os sacrifícios de animais do Antigo Testamento prefiguravam o sacrifício finale morte de Cristo.

Da mesma forma, a instituição do casamento tradicional, embora sirva um propósito muito prático, também pode ser vista como alegórica para a relação de Cristo com a igreja (Efésios 5:31-32). Além disso, as leis cerimoniais que Moisés enumera no Antigo Testamento não são em si mesmas uma alegoria, mas vistas de uma perspetiva ampla, representam o povo de Deus a separar-se dos caminhos domundo.

A alegoria também é por vezes utilizada para explicar acontecimentos históricos que aparentemente não têm qualquer significado mais profundo. Um exemplo disto ocorre em Gálatas 4, quando Paulo explica a história de Abraão, Sara e Agar como uma alegoria para a Antiga e a Nova Aliança. Paulo diz em Gálatas 4:22-26: "Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um de uma escrava e outro de uma livre.A escrava nasceu segundo a carne, ao passo que o filho da mulher livre nasceu pela promessa. Ora, isto pode ser interpretado alegoricamente: estas mulheres são duas alianças. Uma é do monte Sinai, gerando filhos para a escravidão; é Agar. Ora, Agar é o monte Sinai na Arábia; corresponde à Jerusalém atual, pois está na escravidão com os seus filhos. Mas a Jerusalém de cima é livre, eAqui, Paulo ilustra que estamos sob a Nova Aliança de liberdade em Cristo, e não sob a Antiga Aliança de escravidão. Agar representa a escravidão da lei, e Sara representa as nossas vidas de liberdade. Este conceito de escravidão e liberdade é mais fácil de absorver quando é aplicado a um evento histórico que mostra a verdade espiritual através de símbolos históricos.

Deus, que é o Grande Contador de Histórias, usa muitas ferramentas e dispositivos de narração para chegar até nós. A alegoria enriquece os textos porque há mais significado a encontrar por detrás das palavras e da narrativa. Todas as formas que Deus escolhe para comunicar connosco trabalham para a Sua glória. O prenúncio e os temas recorrentes que a alegoria produz são outra forma de Deus nos surpreender e de se tornar mais fácil para nósencontrar.

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